sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

FELIZ CARNAVAL


CASA DE JOSÉ DE ALENCAR

































A Casa de José de Alencar está situada no Sítio Alagadiço Novo, no bairro de Messejana, Fortaleza-CE e foi adquirido em 1825 pelo padre José Martiniano de Alencar, pai do escritor cearense José de Alencar, personagem principal da nossa história. Por nove anos, este espaço foi o lar do escritor, autor dos mais renomados títulos da Literatura Nacional, com destaque para as obras “Iracema” e “O Guarani”, que foram fortemente influenciadas pelas belezas naturais do estado do Ceará.

Em 1965, durante a gestão do reitor Antonio Martins Filho, a Universidade Federal do Ceará adquire o sítio e o mantém até hoje. Passeando pelos espaços, o visitante pode aprender sobre a obra do escritor, ver a história do livro Iracema contada por imagens e saber mais sobre escravidão e cultos afro-brasileiros. A visitação é gratuita.

A Casa José de Alencar conta com seis monitores capacitados, que se distribuem em dois turnos e acompanham os visitantes, fazendo explanações sobre o acervo e os espaços.

Hoje, A CJA faz parte do cenário do turismo cultural cearense, sendo ponto de encontro de amigos, casa de pesquisa e patrimônio natural do coração do cearense.



Horário de Funcionamento da Casa:

Segunda a sexta:8:00 as 17:00.

Sábado e domingo: 8:00 as 12:00.


quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

PREOCUPAÇÃO




CRÔNICA, UM GÊNERO BRASILEIRO (Por José Castello)

CRÔNICA, UM GÊNERO BRASILEIRO




Nas fronteiras longínquas da literatura, ali onde os gêneros se esfumam, as certezas vacilam e os cânones se esfarelam, resiste a crônica. Nem todos os escritores se arriscam a experimentá-la, e os que o fazem se expõem, muitas vezes, a uma difusa desconfiança. Para os puristas, a crônica é um "gênero menor". Para outros, ainda mais desconfiados, não é literatura, é jornalismo – o que significa dizer, simples registro documental. Alguns acreditam que ela seja um gênero de circunstância, datado – oportunista. Não é fácil praticar a crônica.

Definida pelo dicionário como "narração histórica, ou registro de fatos comuns", a crônica ocupa um espaço fronteiriço, entre a grandeza da história e a leveza atribuída à vida cotidiana. Posição instável, e nem um pouco cômoda, em que a segurança oferecida pelos gêneros literários já não funciona. Lugar para quem prefere se arriscar, em vez de repetir. A crônica confunde porque está onde não devia estar: nos jornais, nas revistas e até na televisão – e nem sempre nos livros. Literatura ou jornalismo? Invenção, ou uma simples (e literal) fotografia da existência? Coisa séria, ou puro entretenimento?

Supõe-se, em geral, que os cronistas digam a verdade – seja o que se entenda por verdade. Não só porque crônicas são publicadas na imprensa, lugar dos fatos, das notícias e da matéria bruta, mas também porque elas costumam ser narradas na primeira pessoa, e o Eu sempre evoca a idéia de confissão. E ainda porque vêm adornadas, com freqüência, pela fotografia (verdadeira!) de seu autor.

Então, se o cronista diz que foi à padaria, ou que esteve em uma festa, aquilo deve, de fato, ter acontecido, o leitor se apressa a concluir. É uma suposição antiga, que vem dos tempos do Descobrimento, quando os cronistas foram aqueles que primeiro transformaram em palavras a visão do Novo Mundo. Cronistas eram, então, missivistas empenhados em dizer a verdade, retratistas do real.

Contudo, e esse é seu grande problema, mas também sua grande riqueza, a crônica é um gênero literário. Não é ficção, não é poesia, não é crítica, e nem ensaio, ou teoria – é crônica. As crônicas históricas do passado, relatos de viajantes e de aventureiros, pretendiam ser apenas um "relato de viagem". Aproximavam-se, assim, do inventário, do registro histórico e do retrato pessoal, e ainda da correspondência. Essas narrativas estavam mais ligadas à história que à literatura. Tinham, antes de tudo, um caráter utilitário, pragmático: serviam para transmitir aquilo que se viu.

No século XIX, com a sofisticação dos estudos históricos, e também com a expansão da imprensa, a crônica se afastou do registro factual e se aproximou da literatura e da invenção. Nossos primeiros grandes cronistas – Alencar, Machado, Bilac, João do Rio – foram, antes de tudo, grandes escritores. Eles descobriram na crônica o frescor do impreciso e o valor do transitório. E a praticaram com regularidade e empenho.

GÊNERO BRASILEIRO 

Mas foi ao longo do século XX que a crônica se firmou entre nós, assumindo posturas e feições realmente próprias. É no século XX que ela se torna – nas mãos de cronistas geniais como Rubem Braga, Paulo Mendes Campos, Carlos Oliveira, Sérgio Porto, Rachel de Queiroz, Fernando Sabino, Henrique Pongetti – um gênero brasileiro. Ou, dizendo melhor: que ela se adapta e se expande no cenário da literatura brasileira.

Isso não fala, contudo, nem de uma identidade, nem de um modelo. Ao contrário: o que marca a crônica brasileira é que, em nossa literatura, ela se torna um espaço de liberdade. Qual escritor brasileiro, no século XX, teve o espírito mais livre que Rubem Braga? Quem mais, desprezando as normas e pompas literárias, e com forte desapego aos cânones e aos gêneros, apostou tudo na crônica – vista como um gênero capaz de jogar de volta a literatura no mundo?

A grande novidade da crônica que se firmou ao longo do século XX no Brasil é exatamente esta: sua radical liberdade. Embora abrigada nos grandes jornais e depois reunida em livros, ela já não tem compromisso com mais nada: nem com a verdade dos fatos, que baliza o jornalismo, nem com império da imaginação, que define a literatura. A crônica traz de volta à cena literária o gratuito e o impulsivo. O cronista não precisa brilhar, não precisa se ultrapassar, não precisa surpreender, ou chocar; ele deseja, apenas, a leveza da escrita.
Gênero anfíbio, a crônica concede ao escritor a mais atordoante das liberdades: a de recomeçar do zero. Quando escreve uma crônica, o escritor pode ser ligeiro, pode ser informal, pode dispensar a originalidade, desprezar a busca de uma marca pessoal – pode tudo. Na crônica, ainda mais que na ficção, o escritor não tem compromissos com ninguém. Isso parece fácil, mas é freqüentemente assustador.

Pode falar de si, relatar fatos que realmente viveu, fazer exercícios de memória, confessar-se, desabafar. Mas pode (e deve) também mentir, falsificar, imaginar, acrescentar, censurar, distorcer. A novidade não está nem no apego à verdade, nem na escolha da imaginação: mas no fato de que o cronista manipula as duas coisas ao mesmo tempo – e sem explicar ao leitor, jamais, em qual das duas posições se encontra. O cronista é um agente duplo: trabalha, ao mesmo tempo, para os dois lados e nunca se pode dizer, com segurança, de que lado ele está.

Na verdade, ele não está em nenhuma das duas posições, nem na da verdade, nem na da imaginação – mas está "entre" elas. Ocupa uma posição limítrofe – e é por isso que o cronista inspira, em geral, muitas suspeitas. Os jornalistas o vêem como leviano, mentiroso, apressado, irresponsável. Os escritores acreditam que é preguiçoso, interesseiro, precipitado, imprudente, venal até. E o cronista tem que se ver, sempre, com essas duas restrições. Uns o tomam como uma ameaça à limpidez dos fatos e ao apego à verdade que norteiam, por princípio, o trabalho jornalístico. Outros, por seus compromissos com os fatos e com as miudezas do cotidiano, como um perigo para a liberdade e o assombro que definem a literatura.

E assim fica o cronista, um cigano, um nômade a transitar, com dificuldades, entre dois mundos, sem pertencer, de fato, a nenhum dos dois. Um errante, com um pé aqui, outro ali, um sujeito dividido. E o leitor, se tomar o que ele escreve ao pé da letra, também pode se encher de fúria. Como esse sujeito diz hoje uma coisa, se ontem disse outra? Como se descreve de um jeito, se ontem se descreveu de outro? Onde pensa que está? Quem pensa que é? Mas é justamente essa a vantagem do cronista: ele não se detém para pensar onde está, ou no que é; ele se limita a sentir e a escrever.

O cronista conserva, desse modo, os estigmas negativos que cercam a figura do forasteiro – aquele que sempre desperta desconfiança e em quem não se deve, nunca, acreditar inteiramente. Vindo sabe-se lá de onde, inspira uma admiração nervosa – como admiramos os mascarados e os
 clowns, sempre com uma ponta de insegurança, e um sorriso mal resolvido no rosto. Errante, ele nos leva a errar – em nossas avaliações, em nossas suposições. Uns o vêem, por isso, como um trapaceiro; outros, mais espertos, aceitam aquilo que ele tem de melhor a oferecer: a imprecisão.

Censuramos aos cronistas de hoje sua falta de rigor, seu sentimentalismo, seu apego excessivo ao Eu, seu lirismo, sua falta de propósitos. O que faz um sujeito assim em nossos jornais? – pensam os jornalistas. O que ele faz em nossa literatura? – pensam os escritores. Rubem Braga relatou, certa vez, que seus amigos escritores lhe cobravam, sempre, um grande romance – grande romance que, enfim, nunca chegou a escrever. Braga tentava lhes dizer que o romance não lhe interessava, mas só a crônica. E os amigos tomavam essa resposta como uma manifestação de falsa modéstia, ou então de preguiça. Nunca puderam, de fato, entender a grandeza de que Braga falava.

Numa conversa com Rubem Braga, republicada agora em
 Entrevistas(coletânea recém-lançada pela Rocco), Clarice Lispector lhe diz: "Você, para mim, é um poeta que teve pudor de escrever versos". E diz mais: "A crônica em você é poesia em prosa". Sempre a suspeita: de que, no fundo, o cronista é um tímido, alguém que se desviou do caminho verdadeiro, alguém que não foi capaz de chegar a ser quem é. Depois de lembrar a Clarice que já publicara alguns poemas, Braga, ele também, talvez por delicadeza, ou quem sabe seduzido pelos encantos da escritora, termina por ceder: "É muito mais fácil ir na cadência da prosa, e quando acontece de ela dizer alguma coisa poética, tanto melhor".


Figura exemplar


Depois da explosão de gêneros promovida pelo modernismo do século XX, o cronista se torna – à sua revelia, a contragosto – uma figura exemplar. Transforma-se em um pioneiro que, entre escombros e imprecisões, e sempre pressionado pelo real, se põe a desbravar novas conexões entre a literatura e a vida – sem que nem a literatura, nem a vida venham a ser traídos. Figura solitária, o cronista se torna, também, uma presença emblemática, a promover simultaneamente dois caminhos: o que leva da literatura ao real, e o que, em direção contrária, conduz do real à literatura.

Há na literatura contemporânea um sentimento que, se não chega a ser de impotência, até porque grandes livros continuam a ser escritos, é, pelo menos de vazio. O modernismo esgarçou parâmetros, derrubou clichês, tirou do caminho um grande entulho de clichês, de formas gastas, de vícios de estilo. Depois de Kafka, Joyce, Proust, depois de Clarice e de Rosa, como continuar a ser um escritor? Como prosseguir em um caminho que, depois deles, se define pela fragmentação, pela dispersão, pelo vazio – exatamente como nosso conturbado mundo de hoje? O escritor já não pode mais conservar a antiga postura de Grande Senhor da escrita. Ele deixou de ser o Mestre da Palavra, para se converter, mais, em um aprendiz.

O escritor foi empurrado de volta a um ponto morto – ponto de recomeço, lugar fronteiriço que se assemelha, muito, ao ocupado pelos cronistas. Foi lançado, de volta, às perguntas básicas. Por que escrevo? O que é escrever? De que serve a literatura? Posição que, com as devidas ressalvas, podemos chamar de filosófica: pois parte das perguntas fundamentais, aquelas que, desde os gregos, definem a filosofia.

Eis a potência da crônica: sustentar-se como o lugar, por excelência, do absolutamente pessoal. Os líricos, como Vinicius, se misturam aos meditativos, como Carlinhos Oliveira, ou aos filosóficos, como Paulo Mendes Campos. Clarice praticava a crônica como um exercício de assombro; Rachel, como um instrumento para desvendar o mundo; Sabino, como um gênero de sensibilidade. Cada um fez, e faz, da crônica o que bem entende. Nenhum cronista pode ser julgado: cada cronista está absolutamente sozinho.

Terreno da liberdade, a crônica é também o gênero da mestiçagem. Haverá algo mais indicativo do que é o Brasil? País de amplas e desordenadas fronteiras, grande complexo de raças, crenças e culturas, nós também, brasileiros, vacilamos todo o tempo entre o ser e o não-ser. Somos um país que se desmente, que se contradiz e que se ultrapassa. Um país no qual é cada vez mais difícil responder à mais elementar das perguntas: – Quem sou eu?

Gênero fluido, traiçoeiro, mestiço, a crônica torna-se, assim, o mais brasileiros dos gêneros. Um gênero sem gênero, para uma identidade que, a cada pedido de identificação, fornece uma resposta diferente. Grandeza da diversidade e da diferença que são, no fim das contas, a matéria-prima da literatura.


Nota do Editor

Texto gentilmente cedido pelo autor. Originalmente publicado no suplemento literário
 Rascunho, em setembro de 2007. 
Curitiba, 8/10/2007 

Nota do blog: Texto transcrito de http://www.digestivocultural.com/ensaios/ensaio.asp?codigo=228&titulo=Cronica%2C_um_genero_brasileiro


AFINAL O QUE É UMA CRÔNICA (TEXTO TRANSCRITO DO BLOG DE ADRIANA SANTOS)













Estou aqui mais uma vez para compartilhar sobre algo que sempre tive dúvida: a bendita crônica que leio, leio, leio, e leio inúmeras vezes para poder entender..srsrsrr. Aliás, não sabia definir o que é uma crônica. 

Talvez, muitos leitores também não saibam e por isso, hoje vamos desvendar essa arte que tanto ouvimos por aí e nem sabemos ao certo...srrrsrs

Afinal, o que é uma CRÔNICA.....

Rapidamente, podemos identificá-la sobre alguns de seus aspectos, leia:

* É uma narrativa curta e leve, com poucos personagens;

* Publicado geralmente em jornais e revistas, mas, ultimamente é possível vê-la em muitos blogs e sites;

* Nesse gênero textual, o tempo e espaço são limitados. Isso quer dizer que a ação ocorre num curto espaço de tempo e num espaço restrito;

* Pode ser escrita tanto na primeira pessoa quanto na terceira pessoa;

* Caracteriza-se pelo registro de fatos do dia-a-dia contados com humor, ironia ou lirismo pelo cronista;

* Pode tanto ser considerada como texto jornalístico como texto literário por ser uma manifestação de fatos cotidianos que são transformados em literatura;

* Uma crônica pode ser humorística, crítica, paródica, reflexiva ou lírica;

* As crônicas são bem flexíveis, ou seja, pode ter várias facetas, mas sem perder suas características básicas;

* Um texto em que é focalizado num flagrante da vida, pitoresco e atual, real ou imaginário, com ampla variedade temática, num tom poético, porém coloquial. Sua ação é rápida e sintética.

Veja um exemplo de uma crônica:

Uma Pequena Crônica

Janela ao sol. Estico o pescoço com dificuldades e olho para fora. Pessoas apressadas, buzinas, olhares fugidios. Ouço vozes, muitas. Desconexas, sem fim nem começo. Sinto cheiros estranhos. Não há mais o que se provar. Não há mais gostos, apenas releituras bizarras. Fedor. Os toques são sempre involuntários. Esbarros. Ninguém teve a intenção. O emaranhado das relações parece mais novelos de lã embaraçados. Ninguém sabe onde tudo começa. Estou cansado, minha vista dói. Não suporto mais essa confusão. Encolho o pescoço, fecho a janela, olho para o quarto. O espelho no fundo revela-me. Descubro, então, que eu estava dentro de mim.


Crônica original: http://ultimato.com.br/sites/fatosecorrelatos/2006/01/08/um-pequena-cronica/


terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

SAUDADE





























AMIZADE






A POESIA E A MÚSICA







SUTRA SAGRADA - A REALIDADE



























CHAMADA PARA ARTIGOS EM LITERATURA E ESTUDOS CULTURAIS

CHAMADA PARA ARTIGOS EM LITERATURA E ESTUDOS CULTURAIS



A revista Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea está recebendo artigos e resenhas para a edição de julho-dezembro de 2014. Publicada pelo Grupo de Estudos em Literatura Brasileira Contemporânea da Universidade de Brasília, a revista tem o compromisso de fomentar o debate crítico sobre a literatura contemporânea produzida no Brasil, em suas diferentes manifestações, a partir dos mais diversos enfoques teóricos e metodológicos, com abertura para o diálogo com outras literaturas, em especial da América Latina.

O número 44 trará uma seção temática sobre Literatura e Estudos Culturais. O dossiê proposto por Alfredo Cordiviola (UFPE) e Claudia Junqueira de Lima Costa (UFSC) apresenta as seguintes possibilidades de enfoques:

- O campo dos estudos culturais: genealogia, evoluções, temas, pressupostos teóricos e práticas relacionadas à crítica literária.

- O lugar das áreas e da interdisciplinaridade nos estudos culturais.

- Os estudos culturais e o local de enunciação: políticas acadêmicas hegemônicas e periféricas.

- As relações entre os estudos culturais, o feminismo, os estudos étnico-raciais e os estudos da (pós)colonialidade.

- O questionamento do cânone pelos estudos culturais.

- Diferentes abordagens da literatura brasileira contemporânea a partir dos estudos culturais.

A revista conta também com uma seção de tema livre, onde são publicados artigos de diversas abordagens sobre a literatura brasileira contemporânea. Há ainda espaço para resenhas de obras de ficção, poesia, crítica literária e teoria literária publicadas nos últimos 24 meses.

O prazo final para o envio de artigos para a seção temática é 30 de maio de 2014.

As colaborações para as demais seções são recebidas em fluxo contínuo.

As normas para publicação estão disponíveis aqui.

Os artigos e resenhas devem ser enviados para: revistaestudos@gmail.com

A editora da revista, Regina Dalcastagnè, já esteve presente no Jogo de Ideias de 2006. Confira sua fala sobre literatura contemporânea. Ela retornou em 2011 participando da mesa “Como Nasce uma Obra Quanto ao Gênero?”

ENSINAMENTO


Vejam este belíssimo poema da maravilhosa escritora brasileira Adélia Prado. Nascida em 1935 em Divinópolis – Minas Gerais, Adélia é um encanto para os apreciadores de poesia. Segundo Carlos Drummond de Andrade: “Adélia é lírica, bíblica, existencial, faz poesia como faz bom tempo: esta é a lei, não dos homens, mas de Deus. Adélia é fogo, fogo de Deus em Divinópolis”.
Adélia poetiza o cotidiano com doçura, leveza, profundidade, simplicidade, beleza, encanto. Seus primeiros versos foram escritos em 1950, ano da morte de sua mãe. A mãe – e a saudade que Adélia sente dela – aparecem em muitos de seus poemas. É com extrema beleza que ela fala do amor (“essa palavra de luxo”, não nos esqueçamos) entre seus pais:



ENSINAMENTO

Minha mãe achava estudo
a coisa mais fina do mundo.
Não é.
A coisa mais fina do mundo é o sentimento.
Aquele dia de noite, o pai fazendo serão,
ela falou comigo:
“Coitado, até essa hora no serviço pesado”.
Arrumou pão, deixou tacho no fogão com água quente.
Não me falou em amor.
Essa palavra de luxo.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

A ALIANÇA DE EUGÊNIO DE SÁ



























Dos Vândalos do norte, aos Visigodos
dos ascéticos Celtas, aos Romanos
soubemos intuir dos bardos todos
os valores dos melhores; os Lusitanos


Galopámos por terras montanhosas
galgando a leste as serras mais bravias
vimos de mil batalhas gloriosas
defendendo estes chãos, com valentia


As hordas mauras, ferozes, respondemos
E em minoria, face aos castelhanos
heroicamente, como aos sarracenos
A todos eles, indómitos, vergámos


Muitos séculos passaram, muitos anos
mas os que desta terra se querem apossar
saibam que inda hoje os bravos Lusitanos
da bruma voltarão pra nos salvar!



Eugénio de Sá - Outubro 2012

Fonte: Transcrito do blog http://susanacustodio.blogspot.com.br/


domingo, 23 de fevereiro de 2014

CAMINHOS




































SOMBRAS


A CRÔNICA COMO GÊNERO LITERÁRIO

A CRÔNICA COMO GÊNERO LITERÁRIO

Mesmo praticada desde meados do século XIX, só cem anos depois a crônica começou a ser assumida como literatura. Segundo Beatriz Resende, Eduardo Portella, no livro Dimensões I, de 1958, foi um dos primeiros a reconhecê-la "como um gênero literário específico, autônomo" (Portella, 1978: 81). O crítico vincula esse processo à publicação freqüente, naquele momento, de livros de crônicas que transcendiam "a sua condição puramente jornalística para se constituírem em obra literária" (Idem: 81).
Tal visão é partilhada por Davi Arrigucci Júnior no ensaio "Fragmentos sobre a crônica", já na década de 1980. Em perspectiva historiográfica, o estudioso constata que a crônica floresceu amplamente no Brasil, com participação específica e expressiva na vida literária nacional, "a ponto de constituir um gênero propriamente literário, muito próximo de certas modalidades da épica e às vezes da lírica" (Arrigucci, 1985: 44).
Portella, por outro lado, relativizou uma suposta autonomia da crônica considerando-a ontologicamente ambígua: "Até que ponto pode ou deve ser considerado gênero autônomo uma entidade poética que como é o caso da crônica, tem a caracterizá-la não a ordem ou a coerência, mas exatamente a ambigüidade" (Portella, 1978: 82). Nessa abordagem, o crítico realiza também um certo rebaixamento do gênero ao afirmar que ele seria "quase tão autônomo quanto o poema, o romance ou o conto" (Idem: 81).
Esse processo de discursivização da crônica como um gênero literário inferior pode ser encontrado no fundamental artigo "A vida ao rés-do-chão" de Antonio Candido. De acordo com o crítico, seria inimaginável "uma literatura feita de grandes cronistas, que lhe dessem o brilho universal dos grandes romancistas, dramaturgos e poetas" (Candido, 1993: 23). Contudo, Candido não deixa de revelar a outra face virtuosa da crônica: por ser menor, solta e despretensiosa, ela se aproximaria de uma forma mais efetiva dos leitores, trazendo a sensibilidade do cotidiano.

Há ainda quem recuse encará-la como literatura em função daquele caráter ambíguo, fronteiriço e heterogêneo, destacado acima por Portella. Luiz Roncari aponta a falta de um estudo sistemático dos traços não-literários empregados pelos cronistas:

"erroneamente, procura-se na crônica os gêneros tipicamente literários, esquecendo-se que ela mesma não chegou a se cristalizar num, mantendo-se na fronteira, como um canal de comunicação ou zona de contato entre esferas da alta e baixa cultura"
(Roncari, 1985: 15)
Vai se perceber que tais categorias críticas de "gênero menor" e de "gênero fronteiriço" marcarão as características que se atribuíram à crônica.
A maior aproximação do público, referida por Candido, pode ser em parte relacionada a um recurso estilístico recorrente nesses textos: a aparência de conversa fiada enraizada na realidade, mas com tratamento ficcional. Nela se observa a construção de diálogos (e não a simples transcrição da conversa) e de personagens (seres inventados com vida real e envolvimento de espaço, tempo e atmosfera).
Contudo, esse lado ficcional não encobre o vínculo com o dia-a-dia, com o jornal e com o fait divers, já que, a rigor, baseia-se em um fato crível do cotidiano. Pauta-se, portanto, por elementos do discurso realista, visando à construção do "efeito de real". Essa dualidade permeia os textos, fazendo-os ir além do simples documentalismo (presente nos textos informativos de qualquer publicação noticiosa).
A circunstância aparece como o fato pequeno do dia-a-dia, que ganha relevo e destaque ao ser fixado, uma vez que passaria desapercebido para um observador comum. Na efemeridade do instante se encontraria aquilo que se entende por riqueza literária:

"O cotidiano surge, desse ponto de vista, como o lugar da mistura artisticamente mais fecunda, pois vira uma espécie de modelo da vida real para o escritor: é onde o mais alto aparece mesclado ao baixo; o puro ao impuro; o poético agarrado ao erótico; a cidade atravessada pelo campo; o passado preso ao presente; o símbolo à terra; o tradicional ao moderno; o espírito à matéria (Arrigucci, 1997: 15)".

 Seguindo também a lógica do "gênero menor", o cronista deve-se focar, sobretudo, no cotidiano dos mais pobres. Na dignidade do mais humilde estaria o mais sublime. A ênfase, assim, estaria sempre no pequeno: tanto naquilo que o narrador narra, quanto na classe social em que se encontra o fato narrado. Contudo, cabe ao cronista ir além do evento miúdo do cotidiano, se não quiser naufragar no efêmero. Ele parte em busca de uma saída literária para contornar a situação.  
Dessa maneira, no interior da crônica, o fait divers passaria por um processo de territorialização, tornando-se informação, uma vez que é integrado artisticamente ao fluxo da vida. Levando-se em conta a divisão aristotélica entre literatura e história, essa feição poética pretendida está vinculada à própria capacidade do cronista em dar unidade de ação a fatos determinados. Segundo Aristóteles, esse atributo caracteriza a poesia e não a história (categoria em que podemos acrescentar o jornalismo), que trabalha com fatos desconexos e inconclusos que apresentam unidade de tempo e não de ação.
Conseqüentemente, o narrador da crônica seria sujeito e objeto ao mesmo tempo, uma vez que narra sua história (sujeito) e é objeto do autor imaginado. Daí viria também o tom de veracidade jornalística; o autor é o narrador que relata as experiências que vê de forma direta, acentuando a verossimilhança.
Esse trabalho narrativo de aproximação do leitor enraíza-se no tempo presente, sem deixar de fazer referência a um passado imediato marcado, quase sempre, por um sentimento de perda:

"Se o jornal, pelo quadro do presente que oferece, cria a expectativa do futuro, o cronista só pode responder com seu realismo, de quem já viveu, portanto mais sábio, e já não espera nada, encarando sempre o futuro com ironia e relativismo [...] falando do tempo imediato, pretende falar de um outro tempo" (Roncari, 1985: 15).

O gênero ajusta-se, portanto, a uma visão crítica do presente que pode ganhar uma roupagem pessimista. Não poderia, assim, anunciar um futuro novo e melhor, pois se nivelaria à matéria publicística ou à retórica política da qual também busca se diferenciar.
Pensando nas condições práticas de produção, a liberdade do cronista encontraria restrições nos limites definidos pela publicação para a qual colabora. A ideologia do veículo corresponde aos interesses de seus consumidores, direcionada pelo proprietário e/ou pelos editores chefes de redação. Outra limitação seria o próprio espaço destinado ao cronista (em geral, uma coluna vertical). Há um número restrito de laudas, obrigando o redator a explorar da maneira mais econômica possível o pequeno espaço de que dispõe. É dessa parcimônia espacial que nasceria, em parte, a riqueza desse "gênero menor": caberia ao cronista realizar um corte profundo na representação da realidade por meio da metonímia.

Alguns estudiosos desse tipo de narrativa curta costumam sustentar o discurso de que a crônica seria um gênero carioca. Historicamente, pode-se dizer que ele foi praticado com maior intensidade nos jornais do Rio de Janeiro. Mas, não se tratou de uma atividade exclusiva, pois em outros pontos do país, jornalistas e literatos também a praticavam (o próprio Graciliano no remoto interior alagoano é exemplo disso). Cada autor construirá a imagem da realidade imediata da cidade em que vive ou em que viveu.
Para um cronista rotineiro, às vezes, estrategicamente, pode faltar assunto, levando-o a deixar o comentário dos fatos da semana para se aproximar doconceito de arte que prescinde de matriz realista imediata, imitando antes modelos, estruturas ou discursos da tradição do que situações empiricamente demonstráveis. O maior interesse recairia sobre os limites da própria crônica, ou seja, sobre o tema do próprio texto como resultado da elaboração de seu narrador que constrói o mundo representado à medida que narra.
Segundo Davi Arrigucci, essa autonomia da crônica em relação ao circunstancial (ao fato, à novidade, à informação) só foi possível depois de um longo aprendizado que vem desde o final do século XIX em que pesa a modernização da imprensa brasileira: à medida em que o discurso jornalístico vai deixando de lado um tom ficcional e se pautando por textos objetivos, a crônica realiza o movimento inverso.

"... a circunstância corriqueira fica reduzida ao mínimo possível, e a crônica parece que se enrola em si mesma e se solta [...] animada com o mais profundo da experiência humana [de seu narrador ficcional]" (Arrigucci, 1985: 46).

Por outro lado, continua também a incorporação de elementos do discurso realista (em que se inclui o próprio discurso jornalístico) com o propósito de simular a imitação da vida e não da arte.  
[...]

CRÉDITOS:  Trecho do artigo de autoria de Thiago Mio Salla que é parte da monografia Crônica: jornalismo em Graciliano Ramos apresentada à Escola de Comunicações e Artes para obtenção do título de bacharel em jornalismo.
Publicado in  http://www.eca.usp.br/caligrama/n_2/7%20ThiagoSalla.pdf

(Thiago Mio Salla, Jornalista, mestrando em Ciências da Comunicação - ECA/USP e graduando em Letras pela FFLCH/USP).


sábado, 22 de fevereiro de 2014

AMOR (Osho)

"A profundidade do amor não tem nada a ver com uma pessoa ou duas pessoas. A profundidade do amor certamente tem a ver com que você deva permanecer sempre no amor."

(OSHO)


EPÍGRAFE

Epígrafe

Sou bem-nascido. Menino,
Fui, como os demais, feliz
Depois, veio o mau destino
E fez de mim o que quis.

Veio o mau gênio da vida,
Rompeu em meu coração,
Levou tudo de vencida,
Rugiu como um furacão,

Turbou, partiu, abateu,
Queimou sem razão nem dó –
Ah, que dor!
Magoado e só,
- Só! – meu coração ardeu:

Ardeu em gritos dementes
Na sua paixão sombria...
E dessas horas ardentes
Ficou esta cinza fria.

- Esta pouca cinza fria...



Este poema se encontra no livro Cinza das horas, o primeiro publicado por Manuel Bandeira no ano de 1924:



UMA CITAÇÃO - SILVIA PLATH

“Penso que minha poesia seja fruto da experiência de meus sentidos e da minha emoção, mas devo dizer que não posso ter simpatia para aquele grito do coração (...) Creio que se deva saber controlar as experiências, até as mais terríveis, como a loucura, a tortura (...).E se deva saber manipular com uma mente lúcida que lhe dê forma(...).” Sylvia Plath

PENSAMENTO


"A lógica de um pensamento é como um vento que nos impele, uma série de rajadas e de abalos."

Gilles Deleuze


SESQUICENTENÁRIO DE NASCIMENTO DO ESCRITOR COELHO NETO

SESQUICENTENÁRIO DE NASCIMENTO DO ESCRITOR COELHO NETO



Henrique Maximiano COELHO NETO, escritor maranhense que completaria 150 anos de nascimento neste 21 de fevereiro de 2014 e que faleceu em 1934, foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras (ABL) e, durante sua vida, esteve entre os mais lidos do país. Em 1928, Coelho Neto foi escolhido como “Príncipe dos Prosadores Brasileiros”, em concurso realizado pela revista O Malho. 

Conheça alguns fatos da vida do famoso escritor. 


● Coelho Neto foi o primeiro ocupante da cadeira no. 2 da Academia Brasileira de Letras, sendo sucedido por nomes como Osório Duque-Estrada (criador da letra do Hino Nacional) e Mário de Alencar. 

● Embora tenha começado a estudar direito em São Paulo, logo se transferiu para o Recife, com medo de represálias de um professor contra o qual havia se manifestado. Na capital pernambucana, foi aluno de Tobias Barreto. Acabou sem concluir o curso. 

● De volta a São Paulo, envolveu-se com os movimentos abolicionista e republicano. Depois, mudou-se para o Rio de Janeiro, convivendo com Olavo Bilac, Luís Murat, Paula Ney e Guimarães Passos. A história do grupo foi levada para o romance A conquista, de 1899. 

● Casou-se em 1890 e teve, com a mesma mulher, 14 filhos. Daí até o fim da década de 1910, passou pelo governo do Rio de Janeiro e por instituições de ensino importantes, como professor e diretor. 

● Em 1909, ingressou na carreira política, sendo eleito deputado federal pelo Maranhão. Em 1917, foi reeleito para o mesmo cargo. 

● Coelho Neto publicou vários textos em revistas e jornais, tanto no Rio de Janeiro, quanto em outras cidades. Nem sempre, entretanto, usou seu próprio nome. Entre os pseudônimos, estavam Anselmo Ribas, Caliban, Blanco Canabarro, N. Puck, Fur-Fur e Charles Rouget. 

● O maranhense era um escritor de diversos gêneros literários, tendo permanecido, por um bom tempo, como o mais lido do país, de acordo com a ABL. A sua relevância perdeu força por causa dos embates que travou contra os modernistas, na década de 1920. Coelho Neto era conhecido por um texto mais ornamentado e formalista, com artifícios retóricos, que não condiziam com as novas gerações literárias. 

● Em 1928, Coelho Neto foi escolhido como “Príncipe dos Prosadores Brasileiros”, pela revista O Malho. 

● O escritor tinha preocupações ambientais, posicionando-se contra o desmatamento na Amazônia, e culturais, preservando o folclore brasileiro. Chegou, inclusive, a defender que a capoeira, uma atividade marginalizada na época, fosse ensinada nas escolas e nas forças armadas. 

● Entre as suas obras, estão Turbilhão; Mano, Livro da Saudade; Rei Negro e Fogo Fátuo. A lista completa (e longa), inclui suas crônicas e peças teatrais, você pode encontrar na página da Academia Brasileira de Letras. 

Fonte: http://livrolevesolto.wordpress.com/2014/02/21/10-9-8-coelho-neto/

SENADO PUBLICA 'MEMÓRIAS DE 'O TICO-TICO'

SENADO PUBLICA 'MEMÓRIAS DE 'O TICO-TICO'














O primeiro herói nacional dos quadrinhos infantis, o Juquinha, estreou nas páginas de O Tico-Tico, da empresa O Malho, no dia 14 de fevereiro de 1906. Seu idealizador, J. Carlos, o José Carlos de Brito e Cunha, também foi o criador do primeiro afro-brasileiro dos quadrinhos, o Giby, companheiro do Juquinha e vítima de suas travessuras. O Conselho Editorial do Senado acaba de publicar o livro "Memórias d'O Tico-Tico - Juquinha, Giby e Miss Schocking", que tem pesquisa e texto de Athos Eichler Cardoso. 

O álbum reúne as primeiras experiências gráficas de J. Carlos (1884-1950) nas revistas O Malho eO Tico-Tico. A publicação de 208 páginas foi impressa em policromia, utilizando papel couchéfosco de 120 gramas. O autor do projeto gráfico e da capa, Josias Wanzeller da Silva, retocou todas as imagens e trabalhou também na restauração e diagramação da obra. 

Em outubro de 1955, o poeta Carlos Drummond de Andrade escreveu em sua crônica Um Passarinho, no Correio da Manhã, a equivocada informação de que Juquinha não fizera sucesso junto aos leitores. Publicada várias vezes ao longo do tempo, a opinião de Drummond terminou consagrada, em virtude da beleza e evocação do texto. 

O pesquisador Athos Cardoso compara a biografia do poeta mineiro à do personagem Juquinha, para provar que houve um engano. Carlos Drummond de Andrade nasceu em Itabira do Mato Dentro (MG), em 31 de outubro de 1902. Juquinha nasceu no Rio, em 14 de fevereiro de 1906. Portanto, quando Drummond tinha três anos, três meses e 15 dias. 

Juquinha foi publicado n'O Tico-Tico até 25 de dezembro de 1907, quando o poeta tinha cinco anos e dois meses de idade. Drummond iniciou o curso primário, em Belo Horizonte, em 1910. O herói dos quadrinhos retornou a ser publicado, em revista homônima, no dia 4 de dezembro de 1912. 

- Que Juquinha foi um gênio da literatura ninguém duvida. É provável que, a partir de 1912, com 10 anos, conhecera o herói na revista O Juquinha ou volume encadernado d'O Tico-Tico, e, para escrever sua crônica, manuseou superficialmente alguma coleção - pondera Athos Cardoso.

Fonte: Agência Senado em 24/08/2009 

"O MALHO" NA MEMÓRIA VIVA




Memória Viva é um portal cujo objetivo é preservar e disponibilizar ao público acervo histórico relacionado à cultura brasileira. Lançado em 20 de abril de 1998, é mantido pelo jornalista Sandro Fortunato.Além de disponibilizar um acervo digital das publicações O Cruzeiro, O Malho e Careta, o portal mantém também seções dedicadas a fotografias históricas e a biografias de figuras públicas brasileiras.


Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Mem%C3%B3ria_Viva

INFORMANDO SOBRE A VERSÃO ORIGINAL (IMPRESSA) DE "O MALHO"

INFORMANDO SOBRE A VERSÃO ORIGINAL (IMPRESSA) DE "O MALHO"



O Malho foi uma revista humorística brasileira, criada em 1902. 

Inicialmente um jornal, um dos seus fundadores foi Crispim do Amaral. A sua especialidade era satirizar fatos políticos, e entre os seus desenhistas e caricaturistas destacaram-se J.Carlos, Angelo Agostini, Max Yantok, K. Lixto e Theo.

Em 1905, a editora de "O Malho" lançou a revista "O Tico Tico", que trouxe a publico, em 14 de fevereiro de 1906, o primeiro herói nacional de quadrinhos, "O Juquinha", e seu ajudante, "Giby", o primeiro personagem afro-brasileiro de quadrinhos, ambos desenhados por J. Carlos.

Por ocasião da Revolução de 1930, a redação da revista foi "empastelada" e a publicação impedida de circular por um breve período.



Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/O_Malho